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domingo, 27 de março de 2011

O Poder do Louvor


Vivemos num mundo triste. Por toda parte o sofrimento, a angústia, a solidão, a dor! Em cada coração em cada lar, em cada vida, há sempre uma sombra de pesar uma mágoa, uma saudade. Aqui é um ente querido que partiu ceifado pela morte; ali, uma enfermidade que rouba a alguém a tranqüilidade e a alegria; acolá, é uma inimizade, um problema de família, uma preocupação, um desentendimento uma ansiedade. Pode-se ser feliz num mundo assim? Sim pode-se. Não que possamos ficar livres dos problemas todos. Enquanto estivermos neste mundo, estamos sujeitos à aflições e as dores comuns à humanidade. Mas a verdadeira felicidade pode coexistir mesmo com a dor e o sofrimento.
O alicerce da felicidade é a esperança. E ninguém tem maior e mais preciosa esperança que o cristão.
O cristão, pois, pode ser feliz, apesar das circunstâncias. Disso não há maior exemplo que o apóstolo Paulo. Perseguido caluniado, preso, apedrejado, açoitado, e, apesar de tudo ele podia escrever: "Em tudo somos atribulados, porém, não angustiados; perplexos, porem não desanimados; perseguidos, porém não desamparados; abatidos não destruídos." II Coríntios 4:8 e 9. Não seria interessante sabermos o segredo de Paulo para uma vida assim? Porque a felicidade também se aprende. Talvez seja uma das mais importantes coisas que temos de aprender na vida. Mas hoje vamos descobrir apenas um de seus segredos, um dos caminhos para encontrar a felicidade, a satisfação, o contentamento, a alegria de viver. Comecemos perguntando a Paulo:
- Que conselho prático o senhor nos daria para vivermos felizes?
Paulo: "Alegrai-vos sempre no Senhor; outra vez digo, alegrai-vos." Filipenses 4:4.
- Mas por que o senhor acha que, mesmo em meio às provações e tristezas, devemos regozijar-nos?
Paulo: "Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós eterno peso de glória, acima de toda comparação, não atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, E as que se não são eternas." II Coríntios 4:17 e 18.
Ai está o segredo de Paulo: o regozijo, o louvor. Não era apenas um conselho, era um modo de vida. Lucas descreve o episódio da prisão de Paulo pelo carcereiro de Filipos que, depois de açoitar a Paulo e Silas com varas, e com muitos açoites, os colocou na prisão e lhes amarrou os pés no tronco. E diz o relato bíblico: "Por volta da meia-noite, Paulo e Silas oravam e cantavam louvores a Deus, e os demais companheiros de prisão escutavam - Atos 16:25. E foi nessa atmosfera de louvor em meio às aflições, que Deus operou o grande livramento. Não só os apóstolos foram libertados, mas o próprio carcereiro converteu-se e tornou-se um cristão.
 Agora, novamente a pergunta: Em um mundo de problemas e tragédias, que motivos poderá haver para regozijo e louvor? A resposta vem através de alguns valiosos trechos do Espírito de Profecia, que poderão ser úteis para sua "Hora Tranqüila" de meditação, caro leitor, ou para serem considerados em alguma reunião de oração de igreja!
O caminho do triunfo: "Assim como os filhos Israel, jornadeando pelo deserto, suavizam pela música cânticos sagrados a sua viagem, Deus ordena a Seus filhos hoje que alegrem a sua vida peregrina. Poucos meios há mais eficientes para fixar suas palavras na memória do que repeti-las em cânticos. E tal cântico tem maravilhoso poder."
Cântico contra o desânimo "O canto é uma arma que podemos empregar sempre contra o desânimo. Ao abrirmos assim o coração à luz da presença do Salvador, teremos saúde e bênção."
 Jesus enfrentava as tentações com cânticos: "Com cântico, Jesus, em Sua vida terrestre, defrontou a tentação. Muitas vezes, quando eram proferidas palavras cortantes pungentes, outras vezes, em que a atmosfera em redor dEle se tornava pejada de tristeza, descontentamento, desconfiança temor opressivo, ouvia-se o Seu canto de fé e de santa animação."
Louvor, a atmosfera do Céu: "A melodia de louvor é a atmosfera do Céu; e, quando o Céu vem em contato com a Terra, há música e cântico - ação de graças e voz de melodia'’
Gratidão promove saúde: "Coisa alguma tende mais promover a saúde do corpo e da alma, do que um espírito gratidão e louvor. É um positivo dever resistir melancolia, às idéias e sentimentos de descontentamento - dever tão grande como é orar."
 O cântico de esperança: "Por entre as sombras cada vez mais profundas da última e grande crise da Terra, a luz de Deus resplandecerá com maior brilho, e o canto de confiança e esperança ouvir-se-á no mais claros e sublimes acordes."
Jesus encontrava felicidade nas horas de estudo Meditação e louvor: "Estudava a Palavra de Deus, e as horas de maior felicidade para Ele eram aquelas em que se podia afastar do cenário de Seus labores e ir... entreter comunhão com Deus.... O alvorecer encontrava-o muitas vezes em algum lugar retirado, meditando, examinando as Escrituras, ou em oração. 
 Use você também o louvor para alegrar o caminho de sua existência e para enfrentar com ânimo e coragem a vicissitudes da vida e as tentações. Decore ou escreva alguns de seus hinos prediletos para que você possa cantá-los, sempre que surgir uma oportunidade: andando para trabalho ou para a escola, viajando, ou mesmo nos momento de sua devoção particular. Você poderá comprovar por experiência própria o extraordinário poder do louvor.


A Falsa Doutrina do Evangelho da Água e do Espírito

(Por Walter Andrade Campelo, seminarista do SEBANOP)
Introdução

Esta doutrina pregada por Paul C. Jong, da Coréia, está sendo difundida através da Internet pela distribuição gratuita de livros eletrônicos (e-books), bem como pelo envio gratuito de cópias impressas destes livros através do correio.

Os livros, bem acabados e escritos com correção gramatical, são realmente atraentes à primeira vista, mas carecem de um melhor exame de seu conteúdo antes de aceitarmos a proposta de recebimento e divulgação dos mesmos.

Tem este estudo o objetivo de analisar objetivamente a doutrina do Evangelho da Água e do Espírito, conforme apresentada no livro "Você verdadeiramente nasceu de novo da Água e do Espírito?".


Análise de sua pregação

Paul C. Jong diz que Jesus através de seu batismo recebeu os pecados do mundo pela imposição de mãos de João o Batista. Diz ele que esta suposta [1] imposição de mãos de João o Batista foi de fato o batismo de Jesus. Assim, ele incorretamente traduz batismo por imposição de mãos, e somente casualmente chega a se referir ao batismo com seu verdadeiro significado, que é a imersão. Continuando, diz Jong, que Jesus ao ser batizado assumiu os pecados do mundo e ao ser crucificado pagou por estes pecados, os quais ele carregou em si durante todo Seu ministério público.

Jong põe assim maior ênfase no batismo de Jesus que em Sua crucificação, chegando a dizer que se Jesus não tivesse sido batizado, sua crucificação teria sido inútil para todos nós. Segue Jong baseando seu argumento em I João 5:6-8:

"Este é aquele que veio por água e sangue, isto é, Jesus Cristo; não só por água, mas por água e por sangue. E o Espírito é o que testifica, porque o Espírito é a verdade. (7) Porque três são os que testificam no céu: o Pai, a Palavra, e o Espírito Santo; e estes três são um. (8) E três são os que testificam na terra: o Espírito, e a água e o sangue; e estes três concordam num" (I João 5:6-8 ACF).

Esta é uma passagem das mais difíceis, e os teólogos têm apresentado alguns significados diferentes para ela, especialmente quanto à significação da água neste contexto. Um aprofundamento nesta questão fugiria ao escopo deste estudo, mas é importante deixar claro que nenhuma das interpretações dos estudiosos da Palavra de Deus, em tempo algum, jamais, chegou à água com o sentido que quer o Sr. Paul Jong. Além disto, tenhamos presente, que uma das regras básicas para a interpretação bíblica afirma que, em hipótese alguma, podemos basear qualquer doutrina em um único verso. Assim, o sentido dado pelo Sr. Jong para a água teria que ter sido clara e inequivocamente apresentado em outros versos do texto bíblico, para que pudéssemos interpretá-lo desta forma.

Segundo ele, sem crer na água (no batismo de Cristo) tanto quanto no sangue é impossível a salvação. E este argumento é repetido à exaustão em seu livro. Mas, caso assim o fosse este ensino seria encontrado em alguma parte do Novo Testamento ou ainda do Velho Testamento, o que rigorosamente não ocorre. Não há qualquer ensino por parte de qualquer autor bíblico que, sequer de longe, mostre a posição assumida pelo Sr. Jong. Ele ainda argumenta que este seria o pensamento dos apóstolos, e que todos teriam crido desta forma. Como exemplo disto ele utiliza a passagem em I Pedro 3:20-21:

"Os quais noutro tempo foram rebeldes, quando a longanimidade de Deus esperava nos dias de Noé, enquanto se preparava a arca; na qual poucas (isto é, oito) almas se salvaram pela água; (21) Que também, como uma verdadeira figura, agora vos salva, o batismo, não do despojamento da imundícia da carne, mas da indagação de uma boa consciência para com Deus, pela ressurreição de Jesus Cristo" (I Pedro 3:20-21 ACF)

O significado claro que o apóstolo Pedro deu à água nesta passagem é que ela identifica aqueles que se salvam com Jesus na forma do batismo, representando sua morte, sepultamento e ressurreição.

Jong, contudo, interpreta esta passagem de forma torta dizendo: "Assim como, no tempo de Noé, as pessoas que não creram na imensidão de 'água' (o dilúvio) foram destruídas, aqueles que não crêem na 'água, o batismo de Jesus', certamente serão destruídos".

Esquece-se o Sr. Jong da própria promessa de Deus: "E eu convosco estabeleço a minha aliança, que não será mais destruída toda a carne pelas águas do dilúvio, e que não haverá mais dilúvio, para destruir a terra. (12) E disse Deus: Este é o sinal da aliança que ponho entre mim e vós, e entre toda a alma vivente, que está convosco, por gerações eternas" (Gênesis 9:10-11 ACF)

Nunca mais haverá destruição pela água. E muito menos haverá destruição por não se crer na água.

Além disto, afirma o Sr. Jong, que poucos creram no "verdadeiro evangelho da água" no início da igreja, e que após o édito de Milão (313 d.C.) este "verdadeiro evangelho" desapareceu completamente, conforme fora planejado por Satanás, fazendo com que ninguém pudesse vir a ser salvo daí em diante. Ainda, segundo ele, durante o período da Reforma Protestante, o verdadeiro evangelho não foi encontrado, pois interpretaram erroneamente a Palavra de Deus, e somente agora, através de sua "redescoberta" do evangelho da água, o verdadeiro evangelho voltou à tona, como um rio que esteve por todo este tempo trafegando pelos subterrâneos da Terra, aflorando nestes tempos finais, através de sua pregação. Tristemente então, segundo Jong, ninguém nestes quase 2000 anos veio a se salvar através do crer no sacrifício de Jesus Cristo na cruz, em seu sangue derramado para remissão dos pecados.

Jong define o batismo como: "Ser lavado, ser enterrado (ser imerso) e, no sentido espiritual, transferir pecado por meio da imposição das mãos, como foi feito no Antigo Testamento"

Esta última frase (transferir pecado por meio da imposição das mãos) está completamente equivocada. Não há nada na Palavra de Deus, ou ainda que fosse em tradições, doutrinas ou costumes, sejam cristãos ou judaicos (já que fala de tradição do Antigo Testamento), que dê qualquer suporte a esta afirmação.

Mais para frente no texto Jong diz que: "Se Jesus não tivesse sido batizado antes de ser crucificado, todos os nossos pecados teriam permanecido".

Com isto ele coloca o batismo de Jesus em pé de igualdade com sua crucificação quanto à eficácia como ato remissório ou ainda mais importante, pois sem o primeiro o segundo não seria de qualquer valia.

O Sr. Jong deveria ouvir ao apóstolo Paulo, quando este explica o verdadeiro significado do batismo, deixando claro que a crucificação e a subseqüente ressurreição do Senhor Jesus Cristo, formam um ato sacrificial e remissório completo em si mesmo, não necessitando de qualquer complementação, seja anterior ou posterior:

"Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na sua morte? (4) De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida. (5) Porque, se fomos plantados juntamente com ele na semelhança da sua morte, também o seremos na da sua ressurreição; (6) sabendo isto, que o nosso homem velho foi com ele crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito, para que não sirvamos mais ao pecado" (Romanos 6:3-6 ACF)
Conclusão

Sua visão sobre como levar sua mensagem às pessoas, através da internet e da distribuição gratuita de livros tem sido muito bem sucedida, inclusive com seus livros tendo sido traduzidos e publicados em vários idiomas inclusive o português.

Contudo sempre que alguém tenta apresentar uma doutrina diferente da que está apresentada na Palavra de Deus, devemos estar atentos, devemos sempre agir como aqueles de Beréia [2] que conferiam tudo o que lhes era dito com as Escrituras Sagradas para ver se as coisas eram realmente assim, pois erros e heresias surgem diariamente, e devemos estar prontos a refutá-los:

"Retendo firme a fiel palavra, que é conforme a doutrina, para que seja poderoso, tanto para admoestar com a sã doutrina, como para convencer os contradizentes" (Tito 1:9 ACF)

E pior ainda, pelo fato do Sr. Jong não estar tratando de uma doutrina periférica, a doutrina da salvação é o centro, o cerne, do que é ser Cristão, daquilo que nos faz o que somos, o centro de nossa fé e esperança.

Muito melhor faria o Sr. Jong, se pregasse o verdadeiro evangelho, se usasse de seus recursos para levar ao ouvido das pessoas a sã doutrina conforme a Palavra de Deus, para que pelo ouvir pudessem vir a se salvar. E que não criasse, como fez, outro evangelho além daquele que foi anunciado por Cristo e pelos apóstolos:

"Maravilho-me de que tão depressa passásseis daquele que vos chamou à graça de Cristo para outro evangelho; (7) O qual não é outro, mas há alguns que vos inquietam e querem transtornar o evangelho de Cristo.(8) Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema. (9) Assim, como já vo-lo dissemos, agora de novo também vo-lo digo. Se alguém vos anunciar outro evangelho além do que já recebestes, seja anátema." (Gálatas 1:6-9 ACF)

Então, como o apóstolo Paulo nos exorta a fazer nesta passagem, consideremos o Sr. Jong anátema, e o deixemos por si só. E que Deus nos abençoe, nos proteja e nos ajude, para que sejamos instrumentos da Sua verdade para salvação das almas perdidas através da pregação do verdadeiro Evangelho de remissão dos pecados através do sangue derramado por Cristo Jesus na cruz do Calvário por cada um de nós.

Amém.

[1] Não há indicação bíblica de que tenha ocorrido, no ato do batismo de Jesus, imposição de mãos. Nem que esta fosse a prática de João o Batista.

[2] Atos 17:10-11